Como lidar com a falta de interesse nos estudos?
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”
Albert Einstein
Conhecer é refletir e construir conceitos e ideias a partir do uso do raciocínio em busca do saber. Para o filósofo Sócrates, sua fé na virtude do conhecimento era tal que o conduziu ao intelectualismo ético: a moral se reduz ao conhecimento do bem. Sabemos que há prazer em si em compartilhar, em dividir, em repassar o que conhecemos. Em termos algo que nos torne melhores, mais felizes, mais humanos.
Em palestra no TED, organização norte-americana cuja missão é compartilhar ideias que valem a pena, o consultor britânico Ken Robinson defende a criatividade como grande impulso para nos movermos. Conhecendo algo, podemos nos preparar para errar; caso contrário, nunca teremos uma ideia original. O conhecimento, aliado à determinação, impulsiona o homem para a criatividade. E, para isso, é fundamental pensar em educação para o ser em formação em sua totalidade. No TED de 2017, o professor Clóvis de Barros Filho discursa sobre o prazer de conhecermos, de organizarmos o nosso desejo, e sobre aprendermos a desejar o que nos faz falta.
Se o conhecimento nos torna pessoas melhores, criativas, com desejo de viver, como lidar com a falta de interesse pelos estudos?
A primeira pergunta a ser feita é se essa falta é momentânea ou constante. Se constante, há a necessidade da investigação das causas, começando pelas questões físicas e psicológicas, como visão, postura, ansiedade, depressão e transtornos de aprendizagem. Se essa falta é momentânea, cabem algumas ações dos educadores e responsáveis para retomar o prazer pelo conhecimento.
A BNCC de 2017 discorreu sobre dez Competências Gerais para o Ensino Fundamental. Ela veio para consolidar ainda mais a crença na formação integral dos estudantes. As áreas do conhecimento se complementam com as competências socioemocionais, validando o significado para a experiência, a curiosidade e a alegria pelo desenvolvimento intelectual.
O vestibular é nossa realidade nacional e, no Colégio Pentágono, compreendemos que cada área do conhecimento vai muito além dele. Por essa razão, estimulamos a origem do conhecimento que cada área traz, com foco em aulas significativas, questionadoras, estimulantes, além de promovermos atividades como o Fórum de Estudantes, no qual há uma simulação da ONU, e Estudos de Meio, entre outras. Também compartilhamos experiências como a de Cauê Gasparotto Bueno, ex-aluno do Pentágono que faz intercâmbio na renomada Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos; e de Hillary Andales, estudante filipina que ganhou o prêmio de Ciência “Breakthrough Junior Challenge”. “Eu melhoro meus conhecimentos por meio de discussões em família, documentários, pesquisas na Internet, vídeos no Youtube e livros”, conta ela sobre onde busca respostas para as suas dúvidas. Por exemplo, como entende o que é a fotossíntese: olha para as plantas e não vê somente organismos verdes. Segundo a estudante, elas são “máquinas mágicas que convertem dióxido de carbono em glicose e oxigênio, usando o poder do sol”.
Nesse contexto de conhecimento, à família cabe a tarefa de valorizar o empenho e o hábito diário do estudo, proporcionando um ambiente propício para a concentração, evitando interrupções. E, sobretudo, compartilhar a alegria do conhecimento, do prazer em fazer o que faz, pois sabemos que a torneira do conhecimento é a única que não tem problema esquecer aberta.
Marcly Castro
Orientadora Educacional do Colégio Pentágono